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Arranca a I Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2019)

Arranca a I Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2019)

21 de novembro de 2019

Portugal

O encontro reúne em Lisboa, durante dois dias, mais de 40 especialistas, de toda Ibero-América, para abordar o futuro das duas línguas e a sua contribuição para a economia, a educação, a sociedade digital e para a cultura.

  • O encontro reúne em Lisboa, durante dois dias, mais de 40 especialistas, de toda Ibero-América, para abordar o futuro das duas línguas e a sua contribuição para a economia, a educação, a sociedade digital e para a cultura.
  • Mariano Jabonero, Secretário-geral da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), que realiza a conferência, destacou que a OEI desenvolve 47 projetos de cooperação no Brasil e em Portugal, que contribuem para a integração regional a partir do uso partilhado das línguas.
  • O espanhol e o português são falados por 800 milhões de pessoas em todo o globo e são as línguas mundiais com maior crescimento.

     
    Arrancou, esta manhã, na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, a primeira Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2019), realizada pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Esta primeira edição, que reúne políticos, investigadores, académicos, cientistas, empresários, escritores e agentes culturais de toda Ibero-América, tem como objetivo abordar a situação do espanhol e do português e a sua promoção para reforçar o bilinguismo na região.

    Durante a cerimónia de abertura, Mariano Jabonero, Secretário-geral da OEI, explicou que “esta conferência nasce com o compromisso de continuidade, para ser um espaço de diálogo entre duas línguas que partilham uma origem comum: o espanhol e o português. Línguas que convivem na nossa região com centenas de outras línguas nativas, indígenas, de imigração e de línguas gestuais. São duas línguas que, juntas, são faladas por mais de 800 milhões de pessoas em quatro continentes, com especial presença na América, em África e na Europa”.

    Guilherme d'Oliveira Martins, Administrador Executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, destacou que “a OEI, que faz agora 70 anos, é uma organização fundamental” com a qual a Fundação Gulbenkian partilha o trabalho a favor do diálogo intercultural de duas línguas, que no final deste século serão faladas por mais de mil milhões de cidadãos em todo o mundo.”

    Francisco Ribeiro Telles, Secretário Executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), destacou a diversidade e heterogeneidade dos dois idiomas que “impõem às nossas organizações a responsabilidade de desenharem e implementarem políticas linguísticas cuidadas e eficazes de internacionalização concretas e ambiciosas. A defesa e afirmação do multilateralismo e do multilinguismo e a firme rejeição de qualquer tentativa de hegemonia linguística, são, por isso essenciais e devem ser reafirmadas”.

    Rebeca Grynspan, Secretária-geral da SEGIB, agradeceu à OEI e ao seu Secretário-geral o convite para esta conferência e destacou a cooperação que ambas as organizações desenvolvem conjuntamente no espaço ibero-americano. Bem como o caráter internacional do espanhol e do português.

    Márcia Donner Abreu, Secretária de Comunicação e Cultura do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, sublinhou a importância da promoção do bilinguismo nas duas comunidades que, “segundo as últimas projeções (da Organização das Nações Unidas), terão mais de mil milhões de falantes até ao final do século”. A governante anunciou, ainda, que a aposta nas línguas é uma das prioridades do Brasil. “Estamos criando o Instituto Guimarães Rosa, seguindo o exemplo de Portugal, com o Instituto Camões, e de Espanha, com o Instituto Cervantes. Queremos fazer disso um ponto de partida para a ampliação do bilinguismo, com ações que permitam com que as nossas sociedades consigam falar cada vez mais as duas línguas irmãs”.

    Alejandro Tiana Ferrer, Secretário de Estado de Educação e Formação Profissional de Espanha, em funções, anunciou o total apoio do Governo espanhol à ideia da OEI de organizar, periodicamente, conferências como esta, considerando como “um exemplo e um marco para iniciar políticas educacionais e linguísticas, o desenvolvimento de competências e o diálogo intercultural”. Além disso, Ferrer explicou o trabalho conjunto que o Ministério da Educação está, já, a desenvolver com a OEI o projeto de ‘escolas de fronteira’, aquelas que estão de um lado e do outro da Raia, em Comunidades Autónomas como Extremadura, Andaluzia e Castela e Leão e os seus equivalentes em Portugal (Trás-os-Montes, Centro e Algarve) e para as quais se pretende fomentar um currículo escolar bilingue partilhado.

    Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação de Portugal, encerrou a cerimónia de abertura. O governante português destacou “o potencial pluricêntrico, civilizacional e social das nossas duas línguas que são parceiras vivas. ” Também sublinhou a vocação ibero-americana de Portugal que foi estabelecendo, ao longo da história, “amizades profundas que se vão traduzindo nestas duas línguas irmãs. Partilhamos uma visão que desenha um perfil de uma educação humanista. ” O ministro da Educação terminou a intervenção citando o Padre António Vieira, para enaltecer os 70 anos da OEI: “Nós somos o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos nos dias em que fazemos. Nos dias em que não fazemos apenas duramos”. “É urgente existirmos e só podemos existir contando uns com os outros”.

    Foram, ainda, realizadas duas conferências de abertura, a primeira de Alexandre Quintanilha (Assembleia da República Portuguesa), e a segunda de Darío Villanueva (Real Academia Espanhola). Intitulada As Línguas e a Cooperação Ibero-americana nas Áreas da Educação, da Cultura e da Ciência na perspetiva da Agenda 2030, a intervenção do físico português assinalou a importância de estimular e desenvolver a curiosidade e a imaginação dos jovens de modo a capacitá-los para o diálogo. Isso “tem muito a ver com a língua, com a forma de como tornamos as ideias claras. Essa é a melhor maneira de conseguirmos desenvolver e fortalecer as democracias. ”

    Villanueva, que mencionou o quinto centenário da circum-navegação de Fernão de Magalhães, ressaltou que o espanhol contribui com 16% para o PIB e a criação de 3 milhões de empregos na Espanha. O espanhol quadruplica os intercâmbios comerciais nos países onde é falado.

    A Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE2019) conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, bem como de S.M. o Rei, D. Felipe VI da Espanha. A CILPE conta, ainda, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), do Instituto Camões, do Instituto Cervantes, do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), da Secretaria Geral Ibero-americana (SEGIB) e de representantes dos ministérios de Educação, Cultura e Ciência e dos Negócios Estrangeiros dos países da região, em especial do Brasil, de Portugal, da Espanha e do México.

    Durante o dia de hoje, realiza-se um painel intitulado “Espanhol e português: duas línguas com futuro”, que abordará o valor das línguas e da sua importância geopolítica. Num segundo painel, será abordada a contribuição das línguas para a economia, indústrias culturais e criativas. O terceiro painel do dia tratará das estratégias de internacionalização do espanhol e do português em âmbitos como o científico ou o educativo.

    O programa completo pode ser consultado no site da CILPE2019 (www.cilpe2019-oei.org). Nas redes sociais, a conferência pode ser seguida com o hashtag #CILPE2019

    Materiais audiovisuais aqui

 

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